terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ebola: suporte psicossocial é essencial para responder à epidemia em Guéckédou, na Guiné



No centro de tratamento de casos de Ebola da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Guéckédou, na Guiné, uma equipe de sete pessoas oferece suporte psicossocial às pessoas e às comunidades afetadas pela doença. É uma tarefa difícil, mas indispensável na resposta à epidemia.

O suporte começa na chegada
“Ainda há muita incompreensão na região sobre a doença”, diz Alexi, supervisor da equipe psicossocial de MSF em Guéckédou. 

“Os rumores se espalham pelo boca a boca mais rapidamente do que nossa equipe de promoção de saúde consegue acompanhar, e isso tem um impacto sobre as comunidades. Pessoas com sintomas de Ebola chegam ao centro confusas, em um estado de terrível angústia. Nessa situação, nossa primeira tarefa é estabelecer a confiança.”

Se um paciente é expulso de sua comunidade, Alexi e sua equipe se encontram com ele. Eles tentam explicar que as pessoas podem sobreviver ao Ebola, e que os doentes e as pessoas que se recuperam precisam do apoio de suas famílias. “Muitos sobreviventes agora trabalham em nossa equipe e a contribuição deles é preciosa. Quando eles descrevem suas próprias experiências a um paciente e às suas próprias família, as percepções sobre o Ebola e sobre o centro de tratamento podem mudar.”

Dentro da ala do paciente
A equipe de apoio psicossocial ainda deve proteger a si mesma e aos outros usando equipamentos que cobrem o corpo e o rosto. “O que torna essa tarefa difícil é a distância visual e a falta de contato entre nós e o paciente”, diz Reine Lebel, psicóloga de MSF em Guéckédou. Reine já havia trabalhado com MSF em outras emergências, incluindo Haiti e Filipinas; mas esta tarefa, ela diz, é diferente. “Em outros contextos, eu carrego crianças em meus braços e posso segurar a mão de pacientes. Eles veem meu rosto. Aqui, nós temos de achar outros meios de nos relacionarmos com os pacientes.”

“Então, nos concentramos nas necessidades de cada pessoa. São as pequenas coisas pessoais que precisamos descobrir para fazê-los querer lutar contra a doença, continuar a beber, comer e tomar a medicação.”

“Algumas semanas atrás, Sebastian¹ chegou sozinho ao centro de tratamento de MSF após sua esposa e duas irmãs terem morrido de Ebola. Como enfermeiro, ele foi acusado de envenenar as pessoas de seu vilarejo e foi basicamente expulso dali. E nosso primeiro contato, ele estava com raiva, dizendo ‘O que vocês querem de mim? Eu não quero nada!’. Ele estava deprimido e havia convencido a si mesmo que merecia morrer. Então, nós descobrimos sua fraqueza: refrigerante! Nós o trouxemos uma lata após a outra e, lentamente, ele começou a comer para acompanhar seu refrigerante. Ele se recuperou e recebeu alta.”

“A coisa mais difícil para nós são as crianças”, diz Alexi. “As crianças ficam ansiosas na chegada, e seus medos aumentam quando estão no isolamento, vendo outros pacientes doentes de Ebola. Nós levamos brinquedos, mas quando outros pacientes se sentem um pouco melhores, às vezes, começam a cuidar de uma criança. Essa gentileza é uma imensa fonte de força para uma criança.”

Dignidade na vida e na morte
“Nós nunca podemos perder de vista sobre o que isso se trata, mostrando respeito e preservando a dignidade do paciente e de sua família”, diz Reine. “E isso também se aplica a um paciente falecido.”

Como o vírus continua ativo no corpo de uma pessoa falecida, um funeral tradicional, durante os quais os corpos são lavados e tocados pela família, não é possível. Mas isso não quer dizer que um enterro respeitoso não possa ser realizado. No centro de tratamento de MSF, higienistas treinados usando a vestimenta de proteção lavam o corpo e o colocam em um saco para corpos. A parte superior é mantida aberta e flores são colocadas em volta do corpo para a família ver. Então cabe a Bakari, membro da equipe de suporte psicossocial, tirar uma foto do rosto da pessoa – uma imagem que irá ajudar a família em seu luto.

É uma tarefa que recai pesadamente sobre os ombros de Bakari. “Semana passada, nós tivemos onze mortes em um dia, e eu tive que preparar todos os corpos. Naquela noite, comecei a ter pesadelos e desde então eu só trabalho a cada dois dias.” Uma psicóloga de MSF também oferece assistência aos membros da equipe que trabalham durante o surto.

Deixando o centro de tratamento
Pacientes recuperados reconstroem suas vidas após o Ebola e continuam em contato com a equipe. “Um sobrevivente pode enfrentar o estigma, a dúvida e o medo de sua comunidade. Os sobreviventes trabalhando em nossa equipe desempenham um papel importante em ajudar as famílias a entender que um sobrevivente não representa mais risco de contágio”, diz Reine.

Atualmente, seis pessoas em Guéckédou, 12 pessoas no centro de tratamento de MSF em Conacri e quatro pessoas no centro de trânsito de Macenta oferecem apoio psicossocial às pessoas afetadas pelo Ebola.

Fonte: MSF

No centro de tratamento de casos de Ebola da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Guéckédou, na Guiné, uma equipe de sete pessoas oferece suporte psicossocial às pessoas e às comunidades afetadas pela doença. É uma tarefa difícil, mas indispensável na resposta à epidemia.
O suporte começa na chegada
“Ainda há muita incompreensão na região sobre a doença”, diz Alexi, supervisor da equipe psicossocial de MSF em Guéckédou.
“Os rumores se espalham pelo boca a boca mais rapidamente do que nossa equipe de promoção de saúde consegue acompanhar, e isso tem um impacto sobre as comunidades. Pessoas com sintomas de Ebola chegam ao centro confusas, em um estado de terrível angústia. Nessa situação, nossa primeira tarefa é estabelecer a confiança.”
Se um paciente é expulso de sua comunidade, Alexi e sua equipe se encontram com ele. Eles tentam explicar que as pessoas podem sobreviver ao Ebola, e que os doentes e as pessoas que se recuperam precisam do apoio de suas famílias. “Muitos sobreviventes agora trabalham em nossa equipe e a contribuição deles é preciosa. Quando eles descrevem suas próprias experiências a um paciente e às suas próprias família, as percepções sobre o Ebola e sobre o centro de tratamento podem mudar.”
Dentro da ala do paciente
A equipe de apoio psicossocial ainda deve proteger a si mesma e aos outros usando equipamentos que cobrem o corpo e o rosto. “O que torna essa tarefa difícil é a distância visual e a falta de contato entre nós e o paciente”, diz Reine Lebel, psicóloga de MSF em Guéckédou. Reine já havia trabalhado com MSF em outras emergências, incluindo Haiti e Filipinas; mas esta tarefa, ela diz, é diferente. “Em outros contextos, eu carrego crianças em meus braços e posso segurar a mão de pacientes. Eles veem meu rosto. Aqui, nós temos de achar outros meios de nos relacionarmos com os pacientes.”
“Então, nos concentramos nas necessidades de cada pessoa. São as pequenas coisas pessoais que precisamos descobrir para fazê-los querer lutar contra a doença, continuar a beber, comer e tomar a medicação.”
“Algumas semanas atrás, Sebastian¹ chegou sozinho ao centro de tratamento de MSF após sua esposa e duas irmãs terem morrido de Ebola. Como enfermeiro, ele foi acusado de envenenar as pessoas de seu vilarejo e foi basicamente expulso dali. E nosso primeiro contato, ele estava com raiva, dizendo ‘O que vocês querem de mim? Eu não quero nada!’. Ele estava deprimido e havia convencido a si mesmo que merecia morrer. Então, nós descobrimos sua fraqueza: refrigerante! Nós o trouxemos uma lata após a outra e, lentamente, ele começou a comer para acompanhar seu refrigerante. Ele se recuperou e recebeu alta.”
“A coisa mais difícil para nós são as crianças”, diz Alexi. “As crianças ficam ansiosas na chegada, e seus medos aumentam quando estão no isolamento, vendo outros pacientes doentes de Ebola. Nós levamos brinquedos, mas quando outros pacientes se sentem um pouco melhores, às vezes, começam a cuidar de uma criança. Essa gentileza é uma imensa fonte de força para uma criança.”
Dignidade na vida e na morte
“Nós nunca podemos perder de vista sobre o que isso se trata, mostrando respeito e preservando a dignidade do paciente e de sua família”, diz Reine. “E isso também se aplica a um paciente falecido.”
Como o vírus continua ativo no corpo de uma pessoa falecida, um funeral tradicional, durante os quais os corpos são lavados e tocados pela família, não é possível. Mas isso não quer dizer que um enterro respeitoso não possa ser realizado. No centro de tratamento de MSF, higienistas treinados usando a vestimenta de proteção lavam o corpo e o colocam em um saco para corpos. A parte superior é mantida aberta e flores são colocadas em volta do corpo para a família ver. Então cabe a Bakari, membro da equipe de suporte psicossocial, tirar uma foto do rosto da pessoa – uma imagem que irá ajudar a família em seu luto.
É uma tarefa que recai pesadamente sobre os ombros de Bakari. “Semana passada, nós tivemos onze mortes em um dia, e eu tive que preparar todos os corpos. Naquela noite, comecei a ter pesadelos e desde então eu só trabalho a cada dois dias.” Uma psicóloga de MSF também oferece assistência aos membros da equipe que trabalham durante o surto.
Deixando o centro de tratamento
Pacientes recuperados reconstroem suas vidas após o Ebola e continuam em contato com a equipe. “Um sobrevivente pode enfrentar o estigma, a dúvida e o medo de sua comunidade. Os sobreviventes trabalhando em nossa equipe desempenham um papel importante em ajudar as famílias a entender que um sobrevivente não representa mais risco de contágio”, diz Reine.
Atualmente, seis pessoas em Guéckédou, 12 pessoas no centro de tratamento de MSF em Conacri e quatro pessoas no centro de trânsito de Macenta oferecem apoio psicossocial às pessoas afetadas pelo Ebola.
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sábado, 1 de novembro de 2014

Nigéria: surto de cólera no estado de Borno

 

No final de setembro, uma epidemia de cólera eclodiu no estado de Borno, nordeste da Nigéria. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), que já operava na região remota de difícil acesso e onde a provisão de cuidados de saúde é extremamente limitada, está, agora, respondendo à epidemia. Em menos de um mês, já houve 4.500 casos de cólera e 70 mortes relacionadas com a doença na capital do estado e principal cidade do país, Maiduguri, e o número de casos continua aumentando.

MSF ofereceu assistência durante um surto anterior de cólera em Maiduguri, em 2010, e estruturou um centro de tratamento de 120 leitos no hospital da cidade. Diante dessa mais recente epidemia, MSF decidiu reabrir o centro de tratamento e ampliar o número de leitos para 150. Oito profissionais de MSF estão atuando em colaboração com o pessoal do Ministério da Saúde na oferta de cuidados para os casos mais graves, e 1.912 pessoas já foram tratadas.

MSF também estruturou cinco pontos de reidratação oral em diversos distritos da cidade. De fácil estruturação, esses pontos de reidratação dão às pessoas acesso a soluções orais. A organização Action Contre La Faim (ACF) está avaliando dar início às atividades de água, higiene e saneamento.

Epidemias de cólera são frequentes na Nigéria e um surto ocorreu no estado de Bauchi, também localizado no nordeste do país, em janeiro deste ano. As equipes de MSF ofereceram tratamento em um centro de tratamento de cólera para entre 8.500 e 15.500 pessoas que foram contaminadas com a doença.

Todos os anos, de três a cinco milhões de pessoas por todo o mundo são vítimas da doença. Infecção aguda do intestino, a cólera é altamente contagiosa e é transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados com a bactéria ou com fezes. A doença mata entre 100 e 120 mil pessoas todos os anos. A doença ocorre, frequentemente, em locais superlotados, onde faltam água limpa, coleta de lixo e lavatórios. Crianças e idosos são particularmente vulneráveis. Os principais sintomas são a diarreia aquosa e vômitos, que podem levar rapidamente à desidratação grave e, por vezes, à morte. No entanto, se for tratada precocemente, a cólera pode ser curada facilmente. O tratamento consiste na reposição dos fluidos e sais perdidos para prevenir a desidratação – a reidratação dos sais é administrada oralmente. Pacientes gravemente doentes precisam ser internados em hospitais e alguns precisam receber até 12 litros de fluidos por via intravenosa por dia. Algumas vezes, é preciso antibióticos. Apesar da velocidade com que os sintomas surgem e de sua gravidade, a recuperação é espetacular e, após apenas alguns dias de tratamento, a bactéria desaparece e os pacientes recuperam sua saúde.

Em maio de 2013, o governo nigeriano declarou estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa, após a radicalização do movimento islâmico Boko Haram, ativo principalmente no nordeste da Nigéria. MSF deu início à primeira intervenção no estado de Borno após um ataque na cidade de Baga, em maio de 2013, mas foi rapidamente forçada a encerrar suas atividades devido à insegurança cada vez maior. Algum tempo depois, uma intervenção para avaliação foi realizada em Chibok, no sul do estado, e 3.760 pessoas foram tratadas, sendo mais da metade crianças com menos de cinco anos de idade, muitas das quais com desnutrição. Após trabalhar na região por dez semanas, as operações tiveram de ser suspensas novamente por razões de segurança.

MSF retornou a Maiduguri em maio de 2014 e está oferecendo suporte a clínicas médicas, fixas e móveis, em dois dos três acampamentos da cidade para pessoas deslocadas. Esses acampamentos abrigam pessoas que tiveram de fugir de ataques do Boko Haram na região do entorno. Atualmente, há 58 mil pessoas vivendo nos três acampamentos e a Agência nacional de Gerenciamento de Crise (NEMA, na sigla em inglês), estima que o número total de pessoas deslocadas seja de 350 mil.

MSF pôde continuar seu trabalho no combate à epidemia de cólera na cidade uma vez que não tem estado sujeita a ataques já há algum tempo e a situação é estável. Os estados de Yobe, Borno e Adamawa são extremamente remotos e as restrições de acesso estão impactando o comércio e a economia local. No estado de Borno, o acesso a cuidados de saúde para pessoas deslocadas, para os habitantes vulneráveis de Maiduguri e para a população em geral é totalmente inadequado.

Entre setembro e outubro de 2014, epidemias de cólera afetam Haiti, Níger e Costa do Marfim

Após um descanso de mais de 18 meses, casos de cólera têm sido registrados na capital do Haiti, Porto Príncipe, e houve diversas pequenas ocorrências da doença em outros lugares do país. MSF inaugurou cinco centros de tratamento de cólera (CTC´s).

A cólera está afetando cerca de mil pessoas em diversas regiões do sul do Níger. Em parceria com o Ministério da Saúde, equipes de emergência de MSF trataram cerca de mil pacientes.

Cerca de 40 casos foram registrados em uma comunidade de pescadores de Gana que vive em um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. Gana tem sua própria epidemia de cólera, e 15 mil pessoas contraíram a doença. MSF está avaliando a melhor maneira de responder à emergência.

Fonte: MSF
No final de setembro, uma epidemia de cólera eclodiu no estado de Borno, nordeste da Nigéria. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), que já operava na região remota de difícil acesso e onde a provisão de cuidados de saúde é extremamente limitada, está, agora, respondendo à epidemia. Em menos de um mês, já houve 4.500 casos de cólera e 70 mortes relacionadas com a doença na capital do estado e principal cidade do país, Maiduguri, e o número de casos continua aumentando.
MSF ofereceu assistência durante um surto anterior de cólera em Maiduguri, em 2010, e estruturou um centro de tratamento de 120 leitos no hospital da cidade. Diante dessa mais recente epidemia, MSF decidiu reabrir o centro de tratamento e ampliar o número de leitos para 150. Oito profissionais de MSF estão atuando em colaboração com o pessoal do Ministério da Saúde na oferta de cuidados para os casos mais graves, e 1.912 pessoas já foram tratadas.
MSF também estruturou cinco pontos de reidratação oral em diversos distritos da cidade. De fácil estruturação, esses pontos de reidratação dão às pessoas acesso a soluções orais. A organização Action Contre La Faim (ACF) está avaliando dar início às atividades de água, higiene e saneamento.
Epidemias de cólera são frequentes na Nigéria e um surto ocorreu no estado de Bauchi, também localizado no nordeste do país, em janeiro deste ano. As equipes de MSF ofereceram tratamento em um centro de tratamento de cólera para entre 8.500 e 15.500 pessoas que foram contaminadas com a doença.
Todos os anos, de três a cinco milhões de pessoas por todo o mundo são vítimas da doença. Infecção aguda do intestino, a cólera é altamente contagiosa e é transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados com a bactéria ou com fezes. A doença mata entre 100 e 120 mil pessoas todos os anos. A doença ocorre, frequentemente, em locais superlotados, onde faltam água limpa, coleta de lixo e lavatórios. Crianças e idosos são particularmente vulneráveis. Os principais sintomas são a diarreia aquosa e vômitos, que podem levar rapidamente à desidratação grave e, por vezes, à morte. No entanto, se for tratada precocemente, a cólera pode ser curada facilmente. O tratamento consiste na reposição dos fluidos e sais perdidos para prevenir a desidratação – a reidratação dos sais é administrada oralmente. Pacientes gravemente doentes precisam ser internados em hospitais e alguns precisam receber até 12 litros de fluidos por via intravenosa por dia. Algumas vezes, é preciso antibióticos. Apesar da velocidade com que os sintomas surgem e de sua gravidade, a recuperação é espetacular e, após apenas alguns dias de tratamento, a bactéria desaparece e os pacientes recuperam sua saúde.
Em maio de 2013, o governo nigeriano declarou estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa, após a radicalização do movimento islâmico Boko Haram, ativo principalmente no nordeste da Nigéria. MSF deu início à primeira intervenção no estado de Borno após um ataque na cidade de Baga, em maio de 2013, mas foi rapidamente forçada a encerrar suas atividades devido à insegurança cada vez maior. Algum tempo depois, uma intervenção para avaliação foi realizada em Chibok, no sul do estado, e 3.760 pessoas foram tratadas, sendo mais da metade crianças com menos de cinco anos de idade, muitas das quais com desnutrição. Após trabalhar na região por dez semanas, as operações tiveram de ser suspensas novamente por razões de segurança.
MSF retornou a Maiduguri em maio de 2014 e está oferecendo suporte a clínicas médicas, fixas e móveis, em dois dos três acampamentos da cidade para pessoas deslocadas. Esses acampamentos abrigam pessoas que tiveram de fugir de ataques do Boko Haram na região do entorno. Atualmente, há 58 mil pessoas vivendo nos três acampamentos e a Agência nacional de Gerenciamento de Crise (NEMA, na sigla em inglês), estima que o número total de pessoas deslocadas seja de 350 mil.
MSF pôde continuar seu trabalho no combate à epidemia de cólera na cidade uma vez que não tem estado sujeita a ataques já há algum tempo e a situação é estável. Os estados de Yobe, Borno e Adamawa são extremamente remotos e as restrições de acesso estão impactando o comércio e a economia local. No estado de Borno, o acesso a cuidados de saúde para pessoas deslocadas, para os habitantes vulneráveis de Maiduguri e para a população em geral é totalmente inadequado.
Entre setembro e outubro de 2014, epidemias de cólera atfetam Haiti, Níger e Costa do Marfim
Após um descanso de mais de 18 meses, casos de cólera têm sido registrados na capital do Haiti, Porto Príncipe, e houve diversas pequenas ocorrências da doença em outros lugares do país. MSF inaugurou cinco centros de tratamento de cólera (CTC´s).
A cólera está afetando cerca de mil pessoas em diversas regiões do sul do Níger. Em parceria com o Ministério da Saúde, equipes de emergência de MSF trataram cerca de mil pacientes.
Cerca de 40 casos foram registrados em uma comunidade de pescadores de Gana que vive em um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. Gana tem sua própria epidemia de cólera, e 15 mil pessoas contraíram a doença. MSF está avaliando a melhor maneira de responder à emergência.
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No final de setembro, uma epidemia de cólera eclodiu no estado de Borno, nordeste da Nigéria. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), que já operava na região remota de difícil acesso e onde a provisão de cuidados de saúde é extremamente limitada, está, agora, respondendo à epidemia. Em menos de um mês, já houve 4.500 casos de cólera e 70 mortes relacionadas com a doença na capital do estado e principal cidade do país, Maiduguri, e o número de casos continua aumentando.
MSF ofereceu assistência durante um surto anterior de cólera em Maiduguri, em 2010, e estruturou um centro de tratamento de 120 leitos no hospital da cidade. Diante dessa mais recente epidemia, MSF decidiu reabrir o centro de tratamento e ampliar o número de leitos para 150. Oito profissionais de MSF estão atuando em colaboração com o pessoal do Ministério da Saúde na oferta de cuidados para os casos mais graves, e 1.912 pessoas já foram tratadas.
MSF também estruturou cinco pontos de reidratação oral em diversos distritos da cidade. De fácil estruturação, esses pontos de reidratação dão às pessoas acesso a soluções orais. A organização Action Contre La Faim (ACF) está avaliando dar início às atividades de água, higiene e saneamento.
Epidemias de cólera são frequentes na Nigéria e um surto ocorreu no estado de Bauchi, também localizado no nordeste do país, em janeiro deste ano. As equipes de MSF ofereceram tratamento em um centro de tratamento de cólera para entre 8.500 e 15.500 pessoas que foram contaminadas com a doença.
Todos os anos, de três a cinco milhões de pessoas por todo o mundo são vítimas da doença. Infecção aguda do intestino, a cólera é altamente contagiosa e é transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados com a bactéria ou com fezes. A doença mata entre 100 e 120 mil pessoas todos os anos. A doença ocorre, frequentemente, em locais superlotados, onde faltam água limpa, coleta de lixo e lavatórios. Crianças e idosos são particularmente vulneráveis. Os principais sintomas são a diarreia aquosa e vômitos, que podem levar rapidamente à desidratação grave e, por vezes, à morte. No entanto, se for tratada precocemente, a cólera pode ser curada facilmente. O tratamento consiste na reposição dos fluidos e sais perdidos para prevenir a desidratação – a reidratação dos sais é administrada oralmente. Pacientes gravemente doentes precisam ser internados em hospitais e alguns precisam receber até 12 litros de fluidos por via intravenosa por dia. Algumas vezes, é preciso antibióticos. Apesar da velocidade com que os sintomas surgem e de sua gravidade, a recuperação é espetacular e, após apenas alguns dias de tratamento, a bactéria desaparece e os pacientes recuperam sua saúde.
Em maio de 2013, o governo nigeriano declarou estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa, após a radicalização do movimento islâmico Boko Haram, ativo principalmente no nordeste da Nigéria. MSF deu início à primeira intervenção no estado de Borno após um ataque na cidade de Baga, em maio de 2013, mas foi rapidamente forçada a encerrar suas atividades devido à insegurança cada vez maior. Algum tempo depois, uma intervenção para avaliação foi realizada em Chibok, no sul do estado, e 3.760 pessoas foram tratadas, sendo mais da metade crianças com menos de cinco anos de idade, muitas das quais com desnutrição. Após trabalhar na região por dez semanas, as operações tiveram de ser suspensas novamente por razões de segurança.
MSF retornou a Maiduguri em maio de 2014 e está oferecendo suporte a clínicas médicas, fixas e móveis, em dois dos três acampamentos da cidade para pessoas deslocadas. Esses acampamentos abrigam pessoas que tiveram de fugir de ataques do Boko Haram na região do entorno. Atualmente, há 58 mil pessoas vivendo nos três acampamentos e a Agência nacional de Gerenciamento de Crise (NEMA, na sigla em inglês), estima que o número total de pessoas deslocadas seja de 350 mil.
MSF pôde continuar seu trabalho no combate à epidemia de cólera na cidade uma vez que não tem estado sujeita a ataques já há algum tempo e a situação é estável. Os estados de Yobe, Borno e Adamawa são extremamente remotos e as restrições de acesso estão impactando o comércio e a economia local. No estado de Borno, o acesso a cuidados de saúde para pessoas deslocadas, para os habitantes vulneráveis de Maiduguri e para a população em geral é totalmente inadequado.
Entre setembro e outubro de 2014, epidemias de cólera atfetam Haiti, Níger e Costa do Marfim
Após um descanso de mais de 18 meses, casos de cólera têm sido registrados na capital do Haiti, Porto Príncipe, e houve diversas pequenas ocorrências da doença em outros lugares do país. MSF inaugurou cinco centros de tratamento de cólera (CTC´s).
A cólera está afetando cerca de mil pessoas em diversas regiões do sul do Níger. Em parceria com o Ministério da Saúde, equipes de emergência de MSF trataram cerca de mil pacientes.
Cerca de 40 casos foram registrados em uma comunidade de pescadores de Gana que vive em um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. Gana tem sua própria epidemia de cólera, e 15 mil pessoas contraíram a doença. MSF está avaliando a melhor maneira de responder à emergência.
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MSF ofereceu assistência durante um surto anterior de cólera em Maiduguri, em 2010, e estruturou um centro de tratamento de 120 leitos no hospital da cidade. Diante dessa mais recente epidemia, MSF decidiu reabrir o centro de tratamento e ampliar o número de leitos para 150. Oito profissionais de MSF estão atuando em colaboração com o pessoal do Ministério da Saúde na oferta de cuidados para os casos mais graves, e 1.912 pessoas já foram tratadas.
MSF também estruturou cinco pontos de reidratação oral em diversos distritos da cidade. De fácil estruturação, esses pontos de reidratação dão às pessoas acesso a soluções orais. A organização Action Contre La Faim (ACF) está avaliando dar início às atividades de água, higiene e saneamento.
Epidemias de cólera são frequentes na Nigéria e um surto ocorreu no estado de Bauchi, também localizado no nordeste do país, em janeiro deste ano. As equipes de MSF ofereceram tratamento em um centro de tratamento de cólera para entre 8.500 e 15.500 pessoas que foram contaminadas com a doença.
Todos os anos, de três a cinco milhões de pessoas por todo o mundo são vítimas da doença. Infecção aguda do intestino, a cólera é altamente contagiosa e é transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados com a bactéria ou com fezes. A doença mata entre 100 e 120 mil pessoas todos os anos. A doença ocorre, frequentemente, em locais superlotados, onde faltam água limpa, coleta de lixo e lavatórios. Crianças e idosos são particularmente vulneráveis. Os principais sintomas são a diarreia aquosa e vômitos, que podem levar rapidamente à desidratação grave e, por vezes, à morte. No entanto, se for tratada precocemente, a cólera pode ser curada facilmente. O tratamento consiste na reposição dos fluidos e sais perdidos para prevenir a desidratação – a reidratação dos sais é administrada oralmente. Pacientes gravemente doentes precisam ser internados em hospitais e alguns precisam receber até 12 litros de fluidos por via intravenosa por dia. Algumas vezes, é preciso antibióticos. Apesar da velocidade com que os sintomas surgem e de sua gravidade, a recuperação é espetacular e, após apenas alguns dias de tratamento, a bactéria desaparece e os pacientes recuperam sua saúde.
Em maio de 2013, o governo nigeriano declarou estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa, após a radicalização do movimento islâmico Boko Haram, ativo principalmente no nordeste da Nigéria. MSF deu início à primeira intervenção no estado de Borno após um ataque na cidade de Baga, em maio de 2013, mas foi rapidamente forçada a encerrar suas atividades devido à insegurança cada vez maior. Algum tempo depois, uma intervenção para avaliação foi realizada em Chibok, no sul do estado, e 3.760 pessoas foram tratadas, sendo mais da metade crianças com menos de cinco anos de idade, muitas das quais com desnutrição. Após trabalhar na região por dez semanas, as operações tiveram de ser suspensas novamente por razões de segurança.
MSF retornou a Maiduguri em maio de 2014 e está oferecendo suporte a clínicas médicas, fixas e móveis, em dois dos três acampamentos da cidade para pessoas deslocadas. Esses acampamentos abrigam pessoas que tiveram de fugir de ataques do Boko Haram na região do entorno. Atualmente, há 58 mil pessoas vivendo nos três acampamentos e a Agência nacional de Gerenciamento de Crise (NEMA, na sigla em inglês), estima que o número total de pessoas deslocadas seja de 350 mil.
MSF pôde continuar seu trabalho no combate à epidemia de cólera na cidade uma vez que não tem estado sujeita a ataques já há algum tempo e a situação é estável. Os estados de Yobe, Borno e Adamawa são extremamente remotos e as restrições de acesso estão impactando o comércio e a economia local. No estado de Borno, o acesso a cuidados de saúde para pessoas deslocadas, para os habitantes vulneráveis de Maiduguri e para a população em geral é totalmente inadequado.
Entre setembro e outubro de 2014, epidemias de cólera atfetam Haiti, Níger e Costa do Marfim
Após um descanso de mais de 18 meses, casos de cólera têm sido registrados na capital do Haiti, Porto Príncipe, e houve diversas pequenas ocorrências da doença em outros lugares do país. MSF inaugurou cinco centros de tratamento de cólera (CTC´s).
A cólera está afetando cerca de mil pessoas em diversas regiões do sul do Níger. Em parceria com o Ministério da Saúde, equipes de emergência de MSF trataram cerca de mil pacientes.
Cerca de 40 casos foram registrados em uma comunidade de pescadores de Gana que vive em um distrito de Abidjan, capital da Costa do Marfim. Gana tem sua própria epidemia de cólera, e 15 mil pessoas contraíram a doença. MSF está avaliando a melhor maneira de responder à emergência.
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